Novo diagnóstico

Eu, Vitor e Mauricio (amo muito)

Sempre fui muito organizada, disciplinada e controlava muito bem minha agenda, mas não sei por que fui à consulta no dia errado, passei com um medico que não era o meu e descobri um novo diagnostico. Sou muito abençoada porque o medico que passei pediu exames que não tinha feito ainda para investigar o porquê das dores nas costas. (às vezes fico pensando: senão fosse neste dia talvez pudesse demorar muito para descobrir o novo diagnostico).

Em 2013 estava com muitas dores nas costas e marquei consulta no oncologista. Fui atendida e expliquei todo o caso ao medico, o mesmo solicitou que eu fizesse uma bateria de exames para investigar além do exame de sangue com os marcadores que não fazia anteriormente. Gostei bastante do medico, fiz todos os exames e levei para o medico avaliar. E a noticia não foi nada boa, ele acabou dando o diagnostico que eu estava com uma metástase óssea na coluna (T12) e que precisaria procurar um neurocirurgião para avaliar o caso de cirurgia ou não.

Marquei consulta com o neurocirurgião e lá fui eu com o meu marido. O medico passou todos os pros e contra da cirurgia e que eu deveria pensar e decidir fazer ou não. Confesso que na hora minha perna tremeu, não acreditava que ia passar tudo novamente.

Saímos do consultório pensando nas palavras do médico. Que eu tinha todas as condições para fazer a cirurgia, eu não tinha pressão alta, não tinha diabete e estava bem. Mas foi passado também que a cirurgia era de risco, poderia ficar com alguma lesão na coluna, em cadeira de rodas e também risco de óbito.

No carro indo pra casa, eu não falava nada, tinha vontade de chorar. de gritar, de sei lá o que, mas, virei de lado e vi meu marido com lagrimas nos olhos ai pensei: tenho que ser forte, não da para os dois ficarem desesperados, tenho um filho e não posso passar pra ele minha aflição. Olhei para o meu marido e disse: vamos superar mais esta batalha, tudo vai dar certo.

Mas novamente em casa, no banho, confesso que chorei muito, deu certa aflição de pensar em passar por tudo de novo, de cair o cabelo, de passar mal com os remédios, de engordar, de sei lá mais o que.

Rezei muito, pedi para minha mãe e meu pai (que já não estão mais aqui) ajudar e me dar força para eu superar mais esta fase e que Deus me deixasse ver meu filho crescer, se formar, casar, que deixasse viajar conhecer o mundo (Paris, Roma, Portugal, Estados Unidos, Fernando de Noronha e tantos lugares que tenho vontade de conhecer) ou simplesmente deixasse eu viver.

Um dia antes de internar para a cirurgia na coluna, quis deixar tudo em ordem em casa. Levei meu filho para cortar o cabelo e andando com ele na rua ele disse: mãe eu estou preocupado com você, tenho medo que aconteça algo ruim. Eu o abracei e disse que não ia acontecer nada e que logo eu estaria em casa, pois Deus iria iluminar as mãos do médico.

Afastei-me do trabalho em janeiro de 2014 para fazer a cirurgia. Na sala de preparo, rezei bastante, não chorei só agradeci a Deus por ter descoberto logo mais esta lesão e que ele continuasse dando força para superar mais esta batalha.

A cirurgia demorou 7 horas e meu marido ficou aguardando no quarto o meu retorno. Avisaram pra ele que eu ia descer logo, mas depois de algum tempo foram lá e avisaram que eu tinha ido para a UTI e que ele tinha que desocupar o quarto. Fiquei sabendo depois pela enfermeira que ele ficou muito nervoso e preocupado, pois deram uma noticia e depois vieram com outra. Meu marido não é muito de falar o que esta sentindo, mas ele é muito sensível, se preocupa muito, sofre com tudo que estou passando. Fiquei na UTI porque tinha perdido muito sangue e precisava de transfusão. No dia seguinte fui para o quarto com dores nas costas, sempre fui muito forte e resistente à dor, e logo já estava sentada na cama e recebendo visitas.

Nos dois primeiros dias meu filho ficou na casa da minha vizinha. No segundo dia após a cirurgia minha vizinha levou meu filho ao hospital. Quando ele entrou no quarto, foi andando tão devagar com a carinha de assustado, eu acho que imaginou que eu estaria entubada ou sei lá como, mas quando me viu abriu um sorriso e disse: você esta bem mãe. Nossa tive vontade de chorar, pois tudo que eu quero e ver meu filho bem. Ficou um pouco no quarto e na hora de ir embora disse: não vou voltar amanhã não, não gosto de hospital e você esta bem né.  Fiquei no hospital 7 dias. A gente só percebe que é capaz de enfrentar situações que fogem do nosso controle quando passamos por ela, que podemos sair melhores e mais fortalecidos.

Após recuperação da cirurgia, iniciei o tratamento hormonal com Anastrozol de fev/14 a set/14, quando refiz os exames de imagens e descobri que tinha aparecido novas lesões (coluna e bacia). Troquei novamente do remédio para o Faslodex e também Zometa (remédio para fortalecimento dos ossos) de out/14 a Jan/15. Neste período refiz os exames de imagens novamente e tinha aumentado às lesões e também trinquei a bacia, pois os ossos estavam fracos.

O uso desses medicamentos (Tamoxifeno, Anastrozol e Faslodex) tem por objetivo BLOQUEAR, INIBIR a produção do estrogênio ou a transformação de outros hormônios. Mas no meu caso não adiantou muito.